Surf de Base 2025

Decisão formada

Quarto dia do Surf de Base 2025 tem estreia da Sub 16 e definição das finais Sub 18 Masculino e Feminino na Praia do Borete, em Porto de Galinhas (PE).

0

O CBSurf Surf de Base 2025 teve um dia de definições importantes e novas estreias na Praia do Borete, Porto de Galinhas (PE). Ao todo, foram realizadas 31 baterias de 8 fases diferentes, em um dia que selou os nomes dos finalistas das grandes finais da categoria Sub 18 – tanto no masculino quanto no feminino – além da aguardada estreia da categoria Sub 16, também seletiva para a Seleção Brasileira Júnior 2026. As finais de todas as categorias serão disputadas neste domingo (11).

O CBSurf Surf de Base é o principal campeonato de formação de atletas do país e define os títulos nacionais das categorias Sub 12, Sub 14, Sub 16 e Sub 18, além de servir como seletiva oficial para a Seleção Brasileira Júnior 2026, que representará o Brasil no Mundial da ISA. O evento também define a federação campeã por estados, com base no desempenho coletivo das equipes.

A competição é realizada pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), em parceria com a Federação Pernambucana de Surf (FEPESurf), com patrocínio da Prefeitura de Ipojuca e da Secretaria Especial de Esportes de Ipojuca, com apoio do prefeito Carlos Santana e do secretário Deri Costa.

Clique aqui e confira os resultados.

Luara Mandelli e Alexia Monteiro completam a final Sub 18 Feminino

A grande final da Sub 18 Feminino está oficialmente formada. As últimas duas vagas foram preenchidas na terça-feira (6) pelas atletas Luara Mandelli (PR) e Alexia Monteiro (RS), que avançaram pela chave da repescagem e se juntam a Aysha Ratto (RJ) e Gabriely Vasque (PR), classificadas pela chave principal.

A final reúne quatro surfistas que representam o alto nível técnico da nova geração. Três delas — Aysha, Gabriely e Alexia — já integraram o Dream Tour, e Luara está confirmada na elite do circuito profissional em 2025.

Luara foi destaque ao longo de todo o evento e chegou à final da chave principal, mas caiu após uma interferência. Mostrando foco e maturidade, deu a volta por cima na repescagem.

“A gente precisa ver a repescagem como uma verdadeira segunda chance. Ontem fiquei muito triste, mas conversei com pessoas que me ajudaram a entender que ainda podia virar o jogo. Coloquei na cabeça que era só mais uma bateria. Eu vinha surfando bem, era só manter. Estou muito feliz”, diz Luara.

Com trajetória oposta à de Luara, a gaúcha Alexia Monteiro enfrentou o caminho mais longo: perdeu na primeira bateria do evento e teve que disputar sete baterias em quatro dias. Depois de ser eliminada na primeira rodada do campeonato, ela iniciou sua caminhada pela repescagem, sem margem para erro.

Alexia, que foi quarta colocada do Dream Tour 2024, relatou dificuldades nos primeiros eventos da temporada de 2025 por ainda se recuperar fisicamente de uma embolia pulmonar que teve no início do ano. Chegou em Pernambuco sem plena confiança física, mas com muito coração. A emoção tomou conta dela ao comentar sobre a classificação para a grande final.

“Desculpa… eu tinha falado que não ia me emocionar até chegar na final, mas foram muitas baterias. Confesso que quando perdi no primeiro round, achei que tinha acabado pra mim. Mas me mantive forte e confiante no meu surfe. Meu objetivo era chegar na final, e eu consegui. Estou realmente muito feliz porque o circuito de base tem um valor especial pra mim. Fui campeã brasileira Sub 16 da base num ano difícil, e agora tô aqui de novo, representando o Rio Grande do Sul, que me acolheu com tanto carinho”, fala Alexia.

Virada emocionante define os últimos finalistas da Sub 18 Masculino

A bateria que definiu os dois últimos classificados para a grande final da Sub 18 Masculino foi uma das mais acirradas do evento até aqui. Os quatro competidores apostaram em todas as oportunidades para construir suas notas. Cada onda podia ser decisiva — e foi exatamente o que aconteceu.

Nos minutos finais, todos os atletas conseguiram surfar boas ondas, levando a decisão ao limite. Quando o cronômetro zerou, o placar parcial apontava Kauã Carvalho (PR) e John Muller (SE) como classificados. Mas as últimas notas ainda estavam para sair, e a tensão tomou conta da praia.

A reviravolta veio: Kalani Robles (SP), que ocupava a última posição até então, subiu para primeiro lugar com um aéreo de frontside executado na junção. Ryan Martins (SC) também virou, conquistando a segunda vaga e deixando Kauã e John fora da final. A comemoração foi imediata, com gritos, abraços e emoção entre atletas, treinadores e familiares.

Kalani, que entrou na repescagem ainda na segunda fase e disputou múltiplas baterias até aqui, vibrou com a conquista. “Caraca, é um caminho muito difícil. E pra ser sincero, nem esperava chegar tão longe. Mas fui ando bateria por bateria, focado, mandando aéreo, fazendo manobra forte. Isso é fruto de tudo que venho treinando. Estou realmente muito feliz”, afirma.

Sobre a nota decisiva conquistada com um aéreo nos minutos finais, ele contou. “Vi a junção chegando e pensei: ‘é agora’. E consegui voltar. Foi demais”.

Ryan, que havia sido eliminado na última fase da chave principal, aproveitou a nova chance. “Foi bem difícil, mas eu não desanimei. Sabia que meu surf tava no pé e que, se Deus tinha me dado mais uma oportunidade, era pra dar tudo de mim. Agora é foco total. Vamos buscar esse título de campeão brasileiro”.

Com o resultado, a grande final da Sub 18 Masculino será disputada por Arthur Villar (PB), Guilherme Lemos (RJ), Kalani Robles (SP) e Ryan Martins (SC).

Estreia da Sub 16 

Após três dias de concentração total na Sub 18, a terça-feira marcou a estreia da categoria Sub 16, que também vale vaga na Seleção Brasileira Júnior 2026.

No feminino, o destaque ficou com a paulista Julia Stefani (SP), que fez o maior somatório da categoria (10.14), incluindo também a maior nota (5.17).

No masculino, Anuar Chiah (PR) teve o maior somatório com 12.16, enquanto o paulista Bryan Almeida (SP) fez a melhor nota do dia (7.33), com um aéreo reverse bem executado.

“Foi uma onda que não tinha muito potencial, mas eu consegui extrair o máximo dela. Coloquei um aéreo bem encaixado, deu certo. Tenho treinado muito esse tipo de manobra”, explica Bryan.

Nova geração Sub 12

Com as finais Sub 18 definidas, os finalistas dessas categorias terão uma pausa na programação até domingo (11). A quarta-feira, após a realização da última bateria da Repescagem 1 Sub 16 Masculino, será dedicada à categoria Sub 12. Caso sejam realizadas todas as baterias previstas no cronograma, as grandes finais do masculino e feminino desta categoria já poderão ser definidas.

“Tudo indica que as ondas que eram pra ter entrado hoje devem vir amanhã”, informa Raoni Monteiro, diretor de prova do campeonato.